A ânsia aumenta... Não vens... Nem vais... Dilema clandestino... A alma do coração recebia beijos em buquê... Hoje... Nem mesmo sei a razão de olhos tão tristes... Cada lágrima, gesto edificado; um sentimento empobrecido... Um soluço é a dor que nenhum anjo poderia sentir. Anjo esquecido; pedra de brilhante... Solitária. partilho não... O coração sangrento...
Eva mulher, anjo caído; entristeceu-se. Olhos de dois girassóis que fitam o sol Por entre a fresta de asas acanhadas... O amor contaminou as vertentes lânguidas... Esvoaçou com as folhas de meus quintais... Cansou o racional; permitindo a loucura em se viver... Viver sem ti? – perguntei ao firmamento. Constatou-se... dois corações... Sincronia alquimista...
Se o tempo passasse rapidamente... Eu voaria galopada nele... Com asas de Ícaro Longe do sol; sem derreter as asas de cera Honrá-las-ia; asas de gaivota... Fugiria do labirinto... Perto de ti, meu recôncavo... Juntos; faríamos vernissages pelo ar... A chuva... Seguras a minha mão Se minha asa liquefizer-se, emprestar-me-ia uma das tuas...
Ser anjo é entender o riso no olhar de uma criança... É a inocência da vida... Escrevo-te palavras, cirandando, cirandar... Cantaria pensamentos carinhosos a ti, meu poeta divino, amado meu... Dentro do ventre da Divindade... Estás! A leitura das batidas cardíacas tuas... Ouço o aquilatar dos diamantes esquecidos no mistério náufrago do teu olhar... Olhos seus, quistos e benzidos em água salutar viram neblina púrpura, cor do sangue teu Expelida em camuflagens ribanceiras Envolvendo-me inteira dentro de teu espreguiçar... Abraça-me... Não me negue teu oásis... Tenho sede! Viaje em meus sonhos colhidos da jabuticabeira. Sou tua flecha... Rabina que entoa o dom A ama que perdeu a folha da bananeira E abana-te com meu sopro... Escrava de teu amor... Réu confesso...
TRECHOS DO MEU LIVRO - A VÉRTEBRA DE UMA EVA. (obra protegida com registro no ISBN)
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