Conversa puxa conversa

Data 10/04/2011 07:14:52 | Tópico: Poemas -> Fantasia

Eu teço poemas curtos
Não dou confiança à poesia
O que não é sinónimo
De ter a alma vazia
Simplesmente não gosto
De entediar quem me leia
Prefiro deixar no ar
Os estados de nostalgia

Os sonhos mal tomam corpo
Quando me vêm à mente
Já deixaram de ser meus
Passam a ser de quem sorve
Fantasias, miragens ou pesadelos
Ofereço-os em taça ardente

A raiva é sempre incontida
Sou mulher de extravasar
Coração ao pé da boca
Cada um no seu lugar
Não acato injustiças
Vou à luta todo o dia
Nunca me hão de calar

Não sei se já disse tudo
Não me queria alongar
Afinal, o que era curto
Conversa puxa conversa
Já nem associo ideias
mesmo que não tenha nexo
Dou comigo a versejar


Maria Fernanda Reis Esteves
51 anos
natural: Setúbal



Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=182678