Lágrima e Coração

Data 12/04/2011 10:42:47 | Tópico: Poemas -> Amor










A lágrima perguntou ao coração:
por que me fazes verter
se na vida minha função,
são os olhos umedecer?

O coração respondeu-lhe sem vacilar:
Sou movido por emoções plurais
e depois que eu te contar,
tu irás verter muito mais.

A lágrima, inconformada persistiu
e ofendendo o pobre coração,
uma frase insensata proferiu:
Não quero devaneios, diga-me a razão!

O coração entristecido ficou,
porque sua intenção era poupar
a lágrima de saber da dor,
que só ele pode guardar.

Percebendo tanta vaidade
e sua tola pretensão,
resolveu contar-lhe a verdade
como forma de lição...

Sou depositário do sofrimento
o qual só tu podes externar,
mesmo sangrando em lamento
trabalho até a vida cessar.

Deixando o amparo do ventre materno
disparo ao ver a luz desconhecida,
só acalmando quando um beijo terno
recebo da mulher que me deu a vida.

Crescendo no peito de uma criança
as emoções vão se multiplicando,
olhando o fruto que a mão não alcança
vejo céu e com paraíso vou sonhando.

O tempo passa e logo sou adolescente
desafiando os perigos sem pensar,
que sou tão frágil como uma semente
esperando a chuva para germinar.

Então conheço meu primeiro amor,
o qual a timidez não me permite revelar,
mergulho num mar de sofrimento e dor
quando com outro a vejo caminhar.

Agora sou adulto e deslumbrado
com a natureza e sua perfeição,
renovando os sonhos do passado
como hóstia consagrada divido o coração.

E de emoções vou vivendo
com o peito a me apertar,
na solidão vou sofrendo
sem nada poder falar.

Enquanto você tão radiante
Às vezes surge para seduzir
Deixando o olhar brilhante
Para ninguém te resistir.

Fico então observando
sem nada poder fazer,
em silêncio lamentando
teu jeito fútil de ser.

Quando és sincera , lamento
por não ter podido evitar,
a dor por um acontecimento
que faz o mundo chorar.

Quando os olhos adormecem
para o corpo descansar,
de mim o repouso esquece
e não paro de trabalhar.

Agora que sabes o tormento
e de minha existência a razão,
verte o pranto do arrependimento
por tua insensata ingratidão.









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