Sozinha na Praça

Data 15/04/2011 11:58:03 | Tópico: Poemas

Sozinha na praça
sozinha no mundo
todos vão embora

Vejo a brasa do cigarro
atiçada pela brisa
e lembro as fogueiras de minha infância

Tremo porque o vento outonal é frio
Tremo de tristeza

É o crepúsculo...

Os postes refletem no laguinho
os peixes tremulam a água
As pessoas atravessam a ponte
O vento dança meus cabelos
o salgueiro chora
e a vida continua

Cada ladrilho é uma pintura no chão
a relva ondula
os grilos grilam
o vento faz silêncio no meu peito

A família me espera
eu espero meu amor
eu já sinto saudades de meu pai

Eu choro manso e dolorosamente
Da série: Malditos Poemas de 1998



Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=183190