
Da Reflexão, Tempo II (Cleto de Assis)
Data 19/04/2011 12:13:20 | Tópico: Poemas -> Reflexão
| Destinos não exigem rotas precisas e súbitos ventos causam desvios, naufrágios, descobertas inesperadas, encontro de ilhas remotas e desabitadas.
Quem saberá a distância entre o benquerer e o sem querer? Quem poderá medir o certo e o errado nas escolhas e nos escolhos?
Quem, afinal, determina esta estranha geometria traçada sem esquadros ou compassos a preencher com maestria todos os tempos e espaços?
Será a memória um mata-borrão da vida sem direito a correções, a novas direções? E as dimensões da mancha impressa, que limites terão elas? Abrirão novas janelas ou fecharão esta porta? Ou a incerteza está certa, ou a certeza está morta.
Eis lá no fundo o passado que não passa. Tudo é vivo. O tempo ressuscitado já não é tempo afetivo. Beijos, abraços, carinhos, se perderam co’a esperança de eternizar a lembrança daqueles belos caminhos. O soturno Saturno noturno soube desviar as rotas e criar novas veredas labirínticas para o homem taciturno.
Cleto de Assis, poeta, in: Amarras do Tempo, Curitiba, junho de 2010.
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