Receio

Data 20/04/2011 11:41:01 | Tópico: Prosas Poéticas

Vivo correndo e tenho pressa.
Quero a razão de meus pensamentos.
Tal razão que por ventura falha e é rala!
Corro de meus preconceitos e quero distância do que me torna feio!
Medo de ser feliz, talvez?

Ou estar feliz pobre, dó de mim! Empobrecido pela ignorância!
Pobreza, embora mate o meu espírito...
Corro do desconhecido e chego à perdição de meus caprichos.
Viver sem tolerância!

São bichos desconhecidos,
vivo correndo deles.
Não conto histórias e nem falo porque o preconceito grita
e mata a chicotadas apontadas a dedo.

É a chibatada da língua em açoites fortes,
são olhos de ódio sem razão,
cor, posição social, opção sexual...
O homem não tem raça, só tem uma cor:
é o vermelho sangue.
Hoje matei meus preconceitos.
Com o receio de ser bom,
recobrei minha razão e me vi quão sou rico de espírito.

Riqueza que abraça sem medo,
que senta ao lado sem ter vergonha de qualquer situação...
É riqueza sim de ser nordestino,
de ser carioca, de ser paulistano,
de ser pobre ou rico,
de morar no Sul ou em algum extremo do planeta
é viver sempre procurando ajudar a quem precisa.


Amandio Sales



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