MORRO-ME

Data 21/04/2011 21:41:14 | Tópico: Poemas

Não quero o tempo,
nem o grito do tempo.

Queimo as mãos das horas,
cego-me nos minutos vãos,
apago-me, mato-me,
recrio-me:
sou um bom escorpião.

Sou coisa, sou isso,
sou a cabeça que muda.

Morro-me,
e existo para além,
e também e também.

E quando crescem as penas
velhas no corpo gasto,
arranco o passado
e o tempo com as unhas,
sobrevivendo a insanidade
nossa de cada dia.


Karla Bardanza





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