Olhando um retrato,
Vi quanta dor lá existia,
Vi um alguém em um canto ao lado,
Onde sua alma se despedia.

Olhando aqueles olhos,
Encontrei reflexo da dor,
Talvez perdesse na vida,
Tudo aquilo que tinha amor.

Mas sua face,
Nada transparecia,
Enquanto sua boca sorria,
Eram seus olhos que choravam.

Com o corpo arqueado,
Mantinha uma pose altiva,
Enquanto sua alma partia,
E todos o olhavam.

E fiquei a imaginar,
Quanto teve de esconder,
O quanto haveria de sofrer,
Por sempre se calar.

Fiquei com medo de um dia,
Ver-me também calada,
Sentada ao pé da escada,
Olhando aquele que sorria.

Então estendi as mãos,
Tentando encontrar a calma,
Pra sossegar minha alma,
E alegrar meu coração.

Porque se for pra viver de tristeza,
Prefiro a morte,
Pois não há nada mais forte,
E que haja com tanta destreza.