Abra o teu olho, esse olho que não enxerga as nuvens e conceba sem pecado todas as palavras porque o poema se deslimita, porque todos os caminhos são apenas a magia que ainda não pariu.
Minhas mãos arrancaram as veias dos medos ontem e depois ergueram-se para o céu, para o todo infinito aberto a minha imensidão. Não quero dizer todas as coisas: quero sentir apenas.
E sinto teus olhos pousados no silêncio, errantes, distantes, escolhendo o que já foi dito, sentido.
Convido-te a abraçar as formas, a sofrer com o horizonte. Convido-te a sangrar junto comigo neste agora, neste já porque aqui a hora está aberta para receber o teu desvario, o teu assombro, o teu cio.
Porque aqui não há muros no céu e nem mortes absolutas.