Sem eira nem beira

Data 25/09/2007 13:35:28 | Tópico: Poemas -> Amor

Tenho um estranho ruído no peito.
Tic-Tac, Tic-Tac é seu som.
Parece um balancear de ponteiros, a dançarem tontos ao sol da manhã.
É um sobe e desce de roldanas ondulantes, presas a trémulo pêndulo.
De picos, garras e unhas a penetrar cada instante.

Despertam rouxinóis adormecidos, em júbilo de murta e jasmim.
Ver-te, ter-te em meu peito, sentir-te!
em prólogo frenesim.
É preciso ter maneio, dar à corda por inteiro, sem falhar a volta do meio.
É no meio que está virtude (dizem!), mas não estou tão certa assim,
já que estendo arpejos ao sol e ao dilúvio, com badaladas entranhas neste paraíso carnal.



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