Um belo dia amanheceu detrás do monte. Pessoas passam de um lado ao outro da ponte. Chilreiam os pássaros cheios de alegria, e eu sento-me a escrever esta poesia.
É uma poesia com os cantos da natureza, onde vos dou a ler do mundo sua beleza, com crianças brincando lá fora na rua, e vê-se tímida e escondido o semblante da lua.
Orquídeas e nardos despontam nos jardins com crisântemos a acompanhar os jasmins. E insectos voltejam loucos de olores, com noivos a testemunhar os seus amores.
Olhos de velhinhos perscrutam o intenso céu, procuram ao longe o que um dia foi seu, na doce inocência de lembranças idas, entre muitas lides e mil vidas vividas.
Despontando o sol aquece os corações, lindos pomares de maças e de limões, parecidos com um quadro que está na parede, subindo as escadas do quarto sem rede.
E agora que o rio caminha calmo para a foz, eu pergunto-me o que seria de nós, se não houvessem poetas solidários, que nos emprestassem seus comentários.
E assim termino a minha lauda poesia, escrita com a luz interminável do dia. E pousando minha pena e meu caderno, vou sonhando com o próximo inverno.
Jorge Humberto 28/04/11
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