Transitório itinerário

Data 29/04/2011 17:53:52 | Tópico: Poemas

Seis da tarde
e o amor se deixa ir,
julgando-se consumado
- como o dia se julga diante do ocaso.

Cobre-se o amor com suas mortalhas,
estampas de estrelas que cintilam
sem céu.

Dá-se por seco o sorriso;
os sentidos claudicantes na tela dos olhos;
a carne vazia, ensimesmada.

No coração um sol que dorme,
à margem do corpo
encharcado de sal.

E na boca entreaberta
os ventos do gozo
que a tudo transportam.




Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=184626