Entre tudo o mais acresce o lugar do sossego Onde eu sou eu e a minha alma cansada Este lugar de despe e veste. Despe tanto Outro tanto agradece E Demasiadas vezes Não adormece
Depõe do dia o grilhão Meia confusa anseia o silêncio a reclusão
Despe o colete da ingratidão num bambolear de habituação
Descai pelos ombros a camisa da acusação Solta capaz espirro Alergia ao tecido que fedia a mundo e à sua frustração
Liberta-se da saia que ao dia doou a cor com todo o ardor. Batalha ganha em grande questão Atira-a ao chão Com primor Não perca os traços de rigor Retém sem expensas No torpor vagaroso da repetição o fruto, a lição com ou sem agrado da razão.
A razão que agradece O trapo despido, o pensar convertido Cada pedaço cerzido na nudez do vestido
Agradece a respiração O sangue que aperta o coração E na volta do sono, - o que se faz rogado a seu dono, Agradece a bondade dos que tudo dão
No pano de fundo a ironia do mar, Diz que sim…Desenrola o não Como se, o tonto, a quisesse embalar
E até a moinha do corpo em desesperação é vida que remexe é motivo de prece é Inquietação
E lá para as tantas, De horas esgotado o longo dia nos braços da noite se atira Num refugio de fadiga Num lugar de sossego Que já não veste nem despe Nem agradece
Ah, pobre alma cansada Sem saber quem é Sonha a manhã e Docemente Adormece.
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