
Ah, que Saudades...
Data 02/05/2011 13:51:54 | Tópico: Poemas -> Introspecção
| Ah, que saudade é esta, que eu de ti eu tenho, que me sufoca no vagaroso arrastar do tempo que, tão teimoso e sem qualquer piedade, me trata com um total desdenho...
Na verdade, eu já lhe implorei, que acelerasse o seu compasso, mas ele, ignorando a minha vontade, fez ouvidos moucos... e tratou-me tal se tratam os loucos, ou, como se eu fora um palhaço, nesta vida, e, impávido, manteve a mesma batida, sempre constante... tão constante - naquela constância tão impiedosamente mantida, que se torna arrasante...
E ele carrega-me por essa lida, passo a passo, embalando-me, e isso vai sedando-me aos poucos
Tudo, em meu redor, permanece estagnado, suspenso no absurdo silêncio de um tempo, esquecido de vida
...tal, como se o tempo tivesse parado...
E eu olho, cada por de sol, desolado, ao ver que mais um dia foi passado e, com ele, mais um pouco de minha vida é ida...
E a minha Alma? Essa continua sem encontrar guarida...
... enquanto, eu vejo-me completamente entulhado, na incerteza, de conseguir vir a compreender, este meu fado.
Porém, determinado, logo, eu retomo o meu percurso, alienado por um amor que me sustenta o ser Um amor que me encanta, pois, que ele tem esse poder... Que me suplanta a Alma e faz extravasar-lhe a calma Que se pinta de uma cor viva, de uma cor que cativa, - um recurso, que torna a vida mais atractiva e é, então, que ela me encanta... e eu nela me projecto, como um louco, quando eu rebusco, em cada seu recanto um pouco de esperança - tal sedativo que me relança directo em bonança e faz com que este grito de minha Alma se mantenha cativo, em minha garganta...
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