
Acerca das palavras
Data 04/05/2011 21:19:14 | Tópico: Poemas
| Todos querem belos poemas -E sim, eu também os sei escrever.
Mas o que escrevo eu - cenas? Rios e paisagens e calma que não estou a ver?
Não - no que escrevo imprimo verdade Ou tento transparecer ao que vejo.
Não é que não me importe a temeridade À palavra proferida - e não desejo
Que alma alguma se sinta ofendida. Mas pois que não se acarreta com uma palavra apenas
(Ou melhorando, deverei dizer três) Fazendo tamanho "escabeche"!
Pois que das minhas palavras, não viso as crianças pequenas -E não me julguem ignorante da sua provável passagem!
E não acho que me deva desculpar - desculpa-se a mim o condutor que me molha com a poça que a chuva deixou? Penso que não! (Até hoje nunca nenhum parou)
Assim, àqueles que se sentem lesados Porquê? - Aqui, não foram vocês que cometeram "pecados"... www.umpoema-umdia.blogspot.com
De forma a que não me levem a mal, prefiro esclarecer-me um pouco aqui: não compreendo porquê tanto desconforto e descabimento pela presença de impropérios (ou asneiras...) no meu último poema, "Caralho!Puta desta vida!".
Primeiro, eu não considero estas palavras ofensivas, quando a ninguém se dirigem, sendo um desabafo. São palavras que devem antes exaltar no leitor um sentimento de frustração e revolta. (E n'alguns exaltaram, mas mais contra o autor do poema...)
Como digo, não creio que deva pedir "desculpa" nem nada parecido: claro que lamento se alguma criança ler isto, mas não acho que seja um factor decisivo na dinamização de uma educação deficiente. Pois que tal parte dos pais e do meio envolvente: e, diga-se, que não considero que uma criança com uma idade em que ainda não frequente a escolaridade suficiente para ter uma largueza na leitura e na escrita, bem como a curiosidade pela poesia, vá procurar por um qualquer site de poesia...
E por fim, as crianças entram em contacto com tais expressões todos os dias, muito provavelmente.
Espero que seja compreendido...
Abraços, Ricardo
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