
AUTO-RELATO
Data 08/05/2011 01:05:44 | Tópico: Poemas
| AUTO-RELATO
Quando eu sou eu mesma, arranco os olhos para sangrar e sentir a melhor dor.
Fico parada e o céu morre dentro de mim com tanta graça e exaustão.
Quando eu sou um pouco de mim, os pés não estão plantados no chão, nem estão no ar. As mãos estão na boca e toda metáfora está muda ou louca.
Sinto as árvores, as aranhas, as maçãs, as pedras, as águas transbordando as mágoas
Afogo-me em mares desequilibrados e quando alguém resgata o meu corpo, meu desespero está mais maduro e abençoado.
Quando eu sou o meu próprio alter-ego, nego e me renego três vezes antes do galo cantar.
E quando volto para o meu lugar, fico um pouco mais coisa, um pouco mais folha, um pouco (mais?!) menor enquanto a vida boceja cheia de olheiras e dó.
Karla Bardanza
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