para vossa majestade o poeta (l)o(u)co
Data 10/05/2011 12:55:54 | Tópico: Poemas
| olhem-me, escribas da futilidade reparem como faço opinem se souberem que as pedras riem-se para mim ainda que pise delas. o sol se brilha tanto sou eu que o ilumino com a clareza do meu olhar. a noite ao ver-me é toda vénia de luar a meus pés calcando todas as palavras. em doido arrebatamento deito-me nelas em sussuros de penas a repousar na terra arada. bizarras as vistas mal me vêem. eu sou a lua vermelha que pintei com as minhas pestanas doiradas de sentidos só meus. sente-me cada verso solto dos meus dedos no tingir do astro com o rouge do meu olhar num fogo extenuado. reconhecem-me as almas na distracção de todos os passos que me encaminham ao parto. pinto-vos eu ainda feto os silêncios de espanto nas paisagens luxuriantes que se vergam a mim. sim, riem-se as pedras que meto ao bolso do vento a naufragar borboletas de azul. nas minhas magas mãos sou o mar inteiro na praia do pensamento. divino o ventre da poesia de onde nasço inteiro exausto da minha própria criação. sou o poema graal da palavra majestade coroada em infinda adoração.
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