A POSSIBILIDADE DA MARGARIDA
Que isso - que já conheço o destino- fique onde está.
Se vier, que desse encontro sobre uma margarida, sobre as pétalas ou a própria vida.
Se vier, que o silêncio possa se ausentar ainda mais para que o espanto caminhe de mãos dadas conosco.
A espera já não mais espera. O outro lado da página é apenas um amontoado de linhas vazias. Não lamento o vôo da mão desatenta, as curvas e a dor do vento.
Apaguei-me, apaguei.
Que isso que já não oferece estrelas e sempre viu as minhas trevas fique onde está.
Se vier, que venha sem pisar nas sombras das árvores ou mesmo sem quebrar as palavras em pedaços.
Se vier, que venha para entender de nós, para fazer laços.
Karla Bardanza
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