A POESIA DEIXOU A TOALHA CAIR COM TANTA CLASSE E VOLÚPIA

Data 15/05/2011 17:25:00 | Tópico: Poemas


A POESIA TIROU A TOALHA COM TANTA CLASSE E VOLÚPIA



A poesia deixou a toalha cair

com tanta classe e volúpia.

Assisti o desnudamento,

petrificada.

Os olhos rasgados sentiram

o calor do momento

e o esplendor,

vendo as entrelinhas,

as imagens e o mundo

sem fundo que apenas

ela sabe como mostrar.



Queimamos o sofá, a sala,

as almofadas no chão, o vinho,

as taças e a minha mancha de batom

na borda da imaginação.

As mãos dela desabotaram a minha saia,

a blusa e o sutian.

As mãos dela abriram as pernas da minha

criatividade pasma e rouca, sugando

a boca das minhas metáforas,

acariciando os meus enigmas,

dando tanto prazer as minhas antíteses

e aliterações.

E a intensidade daquela troca

me fez maior, muito maior

do que talvez eu seja.



É sempre assim

quando ela me deseja.

Deixo que ela evolua nua na sala,

e dance enquando tira todos os meus véus

e céus.

Observo-a e o gozo aponta na ponta

da alma.

Ela me conhece tão bem.



Quando ela pega a minha mão

e todo o prazer é um rio de palavras

correndo livre e forte para o sul e para o norte,

deixo o meu corpo fluir e se despedaçar

com profunda gratidão.

Fico tão fora de mim,

fico assim com cara de poema lido

em cima da cama antes

do primeiro delírio,

do primeiro olhar no espelho.



E quando tudo acaba,

(se é que acaba)

estou sempre descabelada

e de joelhos



Karla Bardanza



Copyright © 2011 Karla Bardanza




Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=186170