Pode-se definir o tempo pelo tempo que ele nos toma, andamos a reboque do relógio, que é o nosso desalento por nos levar a pedra de toque.
Não há tempo para o tempo, nos consome, e nos leva os melhores momentos… há o tempo de nos sujeitarmos à fome, quando da vida não vem o alento.
O tempo é fugaz e ardiloso por demais, quando pensamos que o controlamos logo ele nos sujeita ao desagravo, mais ao destempo, com que nos esbarramos.
Tempo de trabalho de empregos miseráveis… o povo iletrado cava sua sepultura… há os que vivem de maneiras estáveis, sujeitando-se ao tempo como uma cultura.
Já nem há tempo para morrer condignamente – tudo está preparado em poucas horas – e levam-nos à terra indecentemente: isto é aquilo por que tu cobras.
Tempo para viver olhando o cunhal, com medo de ser interceptados pelo patrão, que tem mais tempo do que é normal, por não se sujeitar à extrema condição.
Tempo para namorar, tempo para casar, levamos a vida à pressa, olvidando-nos de nós, e, passamos os dias a perguntar, se a enganar-nos não andamos.
Tempo Universal, tempo terrestre, meu amor, não colhas do tempo o vento, que para o simples pedestre, torna-se num grande aluviamento.
Jorge Humberto 20/05/11
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