Numa vil incoerência e demagogia vêm acusar os sem casa de mandriões dizem que trabalhar ninguém queria que são mal fadados e sem corações.
Quem com dois dedos de testa pode fazer abuso de quem nada tem dizer que gente desta não presta que são abusadores de alguém?
Mendigos dobrados pelo meio sem casa nem tecto que se socorrer dormem na rua com o algoz do peio e lhes esventrar a carne a arder.
O estado e o governo não querem saber pois seus olhos desviam-se da verdade e no frio chão jaz a fenecer mais um que da vida perdeu a vontade.
Não têm pensões são apenas números que não contam para os censos em cada estrada em cada canto inúmeros são os casos de não senso.
Os governantes não falam deles têm-nos por escória desprezível vagabundo que és só peles há quem te cuide na noite aprazível.
São eles os chamados anjos da noite que distribuem café comida e cobertas no estômago vazio a refeição é açoite que satisfaz por momentos as chagas abertas.
O nómada repara em tudo isto com um riso sabe que depois desta refeição acabou e que tem de esperar nova noite com siso ao relento e à chuva que não amainou.
Mas vir dizer mal em versos a estas pessoas é poetaço de mal com a vida pois não chega a ser poeta o que ecoa da estúpida pena que lhes é indevida.
Jorge Humberto 21/05/11
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