Tempo

Data 29/09/2007 19:44:09 | Tópico: Poemas

No meu lago de águas escuras,
Quietas,
Sem vida,
Perdura à superfície lodosa
Uma ternura espelhada no infinito da eternidade!
Das minhas mãos transborda a minha alma
E o sofrimento faz-se doçura
Deslizando – me pelos dedos
Ansiosos de magias,
Loucuras,
Desatinos…
Para lá da minha pele,
Dos meus sentidos,
Da atracção inexplicável como um feitiço,
Transformo o amor em saudade…

E o meu desejo errante,
Nascido nos primórdios do tempo,
Flui na minha memória a caminho do futuro,
Futuro anulado
Porque, desde o início,
Este sonho viveu no passado!
Tento seduzir a roda do tempo,
Enganá-la…

Em vão…

O futuro e o presente confundiram-se…

Dessincronizados,
Abalaram ambos,
Numa corrida inversa,
Para o passado…




Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=18694