De mim tirei, para te dar a ti, deixei de fazer coisas aprazíveis, e tu continuas igual, assim como às tuas coisas irredutíveis.
Minha sina, ai amor, é ser teu, que teu ser me deslumbra, e eu não sei que faça de meu, para não te ter na penumbra.
É em ti que sou, cativo e preso, à tua beleza e à tua palavra, que não mantém candeeiro aceso, apenas e só por tua lavra.
Dou-te o que tenho e não tenho, de minha humildade apaixonada, em mim próprio eu retenho, o que penso de nossa vida fadada.
Queres-te sozinha e sem pudores, que minha vida não chega a tanto, o que ouço são só rumores, e em casa grassa o vil pranto.
Escrevo-te com muita delicadeza, tentando chamar-te à atenção, mas essa tua irreversível certeza, faz-me sangrar o meu coração.
Volta, não me deixes tu agora, que eu te esperarei irredutível, como quem te namora e de todas as maneiras é exequível.
Vem, dá-me essa certa alegria, que em nós nasceu vistosa, vamos ser o que fomos um dia, uma semente ou uma rosa.
Jorge Humberto 24/05/11
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