DO ENVELHECIMENTO...

Data 26/05/2011 04:06:09 | Tópico: Poemas -> Reflexão

Repensando a máxima que aos “quarenta anos somos a velhice da juventude e aos cinquenta anos somos à juventude da velhice”, dou-me o prazer de entender que o tempo tem como missão factual os ensinamentos inerentes à vida e com a idade aprendemos por vontade, coragem, atitude ou até mesmo efeito osmose. E com isso criamos e recriamos nossos valores e até desenvolvemos e ganhamos em aptidão, em capacidades.

Ganho a capacidade de entender a implacável ação do tempo na missão de envelhecer e envelhecendo torno-me consciente dos efeitos do tempo que se veste de meu cotidiano, de minha rotina, quando me torno mais amável comigo mesma, em estado ciente de autoestima, não preciso de criticas, censuras, nem obedecer aos sutis mandamentos de deveres já estabelecidos.


Ganho a capacidade em compreender meus direitos e meus desejos e porque não minha corajosa teimosia? Dou-me ao deleite de experimentar a vida, dou-me ao prazer de conhecer à liberdade como doce/maduro fruto do envelhecimento. Dou-me ao agrado de libertar-me das convenções, o dever das justificativas, das satisfações, do demasiado valor que damos ao que os outros pensam de nós, valores que quando jovens utilizamos como prioridades.

Ganho a capacidade de entender que preciso mergulhar de cabeça nas ondas do tempo que faz de meu físico um corpo decadente, mas, em contrapartida lapida com destreza meus sentimentos, minha aceitação no entendimento de que o tempo não privilegia nada nem ninguém. Dou-me ao agrado de compreender meus sofrimentos, minhas dores, minhas decepções, como quereres e ou merecimentos.

Ganho a capacidade de entender que a revelia meu coração pode ser partido pela ação do tempo em conseqüência dos relevantes acontecimentos, mas, dou-me a satisfação de conhecer a imperfeição, o prateado de meus cabelos brancos, os sulcos tatuados das marcas de expressão de meu rosto em total paradoxo que me “enfeiam” e me embelezam de experiência sábia.

Ganho a capacidade de negar com veemência a negatividade da vida, por entender ser absoluto tempo perdido, e o contentamento de compreender que o tempo que nos resta é contabilidade transcendental e a principal moeda dessa barganha vida/tempo é o ganho liquido, Felicidade!

Lufague



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