até a xícara andar sozinha

Data 28/05/2011 18:40:01 | Tópico: Poemas

desmanchou
como pó diante do vento

desceu do alto de um soneto
(uma parte ardia)
a outra alagando o chão

o vestido se acomodando no seu terno
e o sofá tão solitário
com a marca do seu corpo
(numa dor que não conheço)

um trem descarrilando
o desejo jaz num biquíni selvagem
na gastura das cores

um chuveiro quente
crema as lágrimas que arrebentam
faz morrer...

perder a referência
da moça que cata palavras
e estranhamente finge igualdade
na parte que traiu


em tragadas lentas
(entocada no desenho da fumaça)
Retardando o que não se pode tocar...

Vânia Lopez



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