Um habitual formigueiro toma conta da minha mão. Completamente desligada do meu ser, não conseguia fazer parte de mim naquele momento, era uma mão morta. Mão essa que precisava de bater à tua porta, mas sem forças tal era impossível, tanto que alguém a abriu e daí um vulto surgiu...
Vulto que deixaste a tua marca, vulto de forma perfeitamente definida, mas acima de tudo um vulto escuro. Que seria aquele "vulto"? E eis que sinto que vai soltar algumas palavras... Solta... Solta... "Deixa esta porta aberta!", segredava-me ele ao ouvido, enquanto me interrogava agora sobre que porta se referia aquela figura encantadora...
Figura encantadora? Torna-me-ia agora um ser reles que viveria subjugado às palavras de uma sombra forte e escura? Mas ela teimava em continuar a perseguir-me e eis que uma estranha sensação de alegria e raiva me invade a alma... Ora raivoso, ora radiante... Os olhos encheram-se imediatamente de raiva, não uma qualquer... Sentia aquela raiva, de quem tinha consciência que estava a ser enganado e que se tratava de uma “canção de embalar”, que me adormeceria até ao sono da perdição!
Começava a encaixar todas as peças que o vulto me tinha dado, mas era tarde demais quando cheguei à conclusão, que era mais um vulto que me levaria até ao sono da perdição. E assim o vi desaparecer...
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