descendente

Data 03/06/2011 15:23:38 | Tópico: Poemas

desligar-me do aparelho luminoso.

sair para dentro do ecrã negro da televisão .

trepar pela fuligem da lareira acima
até ser escuridão quieta lá em baixo.

esconder-me atrás da tela de um quadro insuspeito.

rastejar por entre móveis imóveis
até descobrir o local perfeito.

ser papel de parede,
acomodada cómoda,
horizontal aparador parado,
vertical jarra.

ser

escultura invisível,

relógio indiferente do espaço,

a des-ser

tempo acima
num só passo.



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