O Fogo da Vaidade

Data 01/10/2007 19:49:05 | Tópico: Poemas -> Reflexão



O Fogo da Vaidade

Mortais!
Danados mortais.
Que rei sou eu?!
Impetuoso,
acumulado de ira intelectual
desacordado de realidade,
carne e bife tirado da unha
do cotovelo destroçado.

Que rei sou eu?!
Enviesado nas minhas ocres palavras
em meu castelo de paredes mofadas
enclausurado em versos fora de moda.
Que fogo intenso
feito brasa chapada
não queima,
dói
e
corrói lentamente
minhas entranhas
e ossos comidos de osteoporose
pelo calor da idade?
Minha clausura não me basta,
os out-doors da cidade
picham caras de santo;
não santos esculpidos
pelas mãos de Aleijadinho,
não santos pintados
nas naves das igrejas
pelas mãos de Athaíde.

Eu, na minha clausura
escondo meus defeitos
muerto e apagado
feito fumaça que levanta vôo
na brasa que queima
minha alma!
Que rei sou eu
que evapora junto
com as cinzas da morte?!




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