O sonho de um poeta

Data 08/06/2011 19:48:04 | Tópico: Poemas -> Introspecção


Toco a caneta, namorando-a entre os dedos
Encanto-me – efeito translúcido...
Purpurina em folia – meu mundo de Óz.
Eis o preâmbulo remanescente!
O plantio da quimera - esperança ao cuidar dos sonhos...
Regados nem que sejam pelas gotas das lágrimas
Ou, o cativo de felicidade transformista de realizações...
As incertezas que outrora, subiam as paredes assombrando seu martim-pescador
Em boa nova, cantam, retirando pérolas da barra de suas vestes...
Ah! Tornou-se tolo o cativeiro da infelicidade de gaiolas tão bem cuidadas...
As letras não me permitem engolir as chaves de meu descontentamento...
As gaiolas da alma... Quem necessita delas?
O palhaço que não escreve e não tem coragem de chorar sem a maquiagem?
O arlequim sem máscara, caminhando triste entre as pessoas em plena luz do dia?
A criança de pé no chão, que brinca com os livros por não ter ido à escola?
O cego de alma, que não enxerga os seus sentimentos?
Ou, a mim, quando o sonho é incerto, subnutrido da fé – sem o cultivo do amor?
O sonho de um poeta... O paraíso que canta sem voz
O sonho de quem grita, mesmo com as cordas vocais formando tranças...
Quem sonha escrevendo, aprende a ser mais um, como se fosse o único
Inimitável... O próprio mito...



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