Quando ele a beijava, e os cabelos negros daquela mulher cobriam a noite de estrelas e o seu rosto de promessas, ele sentia. Sentia a intensidade do silêncio.
Ele entregava a alma à Lua e deixava Vênus e Marte mais perto e silenciosos. E ainda assim, as palavras não saíam de dentro dele.
O corpo daquela mulher era o seu altar, era o sagrado em suas mãos. Ele se ajoelhava para recebê-la, para honrá-la, para guardá-la e mesmo assim ele não sabia como chamar aquilo ou se aquilo sem nome poderia ser chamado de amor.
Aquilo não cabia nas noites, nos dias, nas horas, nos livros, nas palavras. Aquilo não cabia nele. (nem nela) E ainda assim ele não sabia como deixar aquilo sair de sua boca.
Um dia, as palavras escorregaram de seus olhos, de sua alma, de seu desejo e prazer. Saíram sem ele sentir. O amor não cabia mais no eu, no te ou no amo.
E ai o amor começou mais do que existir.
Karla Bardanza
Feliz Dias dos Namorados. Amem-se pelas palavras e pelas atitudes. A grande mágicka da vida ainda consiste naquilo que podemos sentir.