O ter-te assumido amor é meu encanto, guardar-te nas mãos e no coração é divindade, foge de mim todo meu cativo espanto, quando contigo me acho em espontaneidade.
Quando te vejo, meu olhar, enfim, se encontra, serena presença, que me faz esquecer a agrura da vida, que aqui e ali desponta, e que tu, com teu amor, não deixa prevalecer.
És a minha segurança, nos dias mais escuros, em que o silêncio plangente me atormenta, a vida pode tornar-nos muito duros, quando aquilo que temos, não nos sustenta.
Diria de ti, que és a minha sustentabilidade, a liberdade, que não requer, aqui, contradição, meus dias são de pensar-te, e na tua sensibilidade, assim como no teu tão almejado coração.
Por saber-te, a felicidade contraria o frio, que às vezes me assola, despudoradamente, e eu vejo da janela o desprendimento do rio, que percorre livre, buscando o ocidente.
Amada mulher, meu aconchego eterno, meu pensamento e meu coração são contigo, no teu gesto lúcido, pensado e terno, és a alvura das madrugadas, para comigo.
Não me deixas cair nem sofrer influências vãs, sempre um conselho em cada palavra, e passam por mim as mais lindas manhãs, que o sol a horizonte, continuamente lavra.
Serei teu com toda a fidelidade e acuidade, figura constante, apesar de distante, da minha boca só ouvirás a restrita verdade, quando contigo estiver, far-se-á o instante.
Jorge Humberto 20/06/11
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