Meu amor, minha cadência e impulsão, dizer que te amo é pouco ante o que eu sinto, e bate estritamente por ti, meu coração, cálice de cristal, de verde absinto.
Teus olhos me fascinam como a mais ninguém, da cor do mel eles são, magnificentes, e eu que me encontro, pela lonjura, além, poder sonhá-los, não os torna diferentes.
De mãos suaves, em tons morenos, acaricias meu rosto um tanto ou quanto desmaiado, e neste mundo, em que somos todos somenos, tu és a hierática senhora, que me faz elevado.
Teus cabelos peculiares, esvoaçam ao vento, caídos sobre os meus ombros, a cabeça deitada; andorinhas que no céu vão, a barlavento, levando a tua graça, onde a nuvem é esbranquiçada.
Pés descalços, por sobre a areia da praia mar, danças qual bailarina, por todos aclamada, e eu vendo-te tal criança, nos cristais a brilhar, sorrio-te, como uma pessoa qualquer, apaixonada.
Convidas-me a entrar na água, que está amena, com suas ondas cavalo e galgos de espuma, o mar sempre foi a tua paixão, desde pequena, parece que ainda navegas, na pequena escuna.
Resolvo-me a entrar, mas a água está fria, no entanto vou ter contigo, num longo abraço, e teu corpo esquenta-me e tudo desafia, e eu ainda tremendo enfrento o embaraço. Tu sorris para mim, como para me animar, e nadas a meu lado, qual formoso golfinho, e eu cheio de vontade e esperança de te beijar, sinto-me diante de ti, tão pequenino.
Sereia de meus encantos tão esplendorosa, quem te fez assim, numa completa alucinação, sabia bem o quanto tu és maravilhosa, enchendo-me de orgulho e plena emoção.
Jorge Humberto 22/06/11
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