NA VIDA, O QUE SE GOSTA

Data 30/06/2011 23:38:28 | Tópico: Prosas Poéticas


NA VIDA, O QUE SE GOSTA

Sua vida era infinda caminhada.
Era um ir de casa em casa
Empurrando sua carroça
Pedindo revistas, jornais velhos
E outros derivados de celulose

Um dia a sorte lhe sorriu:

Ele acertou os milhares na cabeça,
Algarismo por algarismo,
Um bilhete de loteria inteirinho!
(Fora-lhe entregue errado,
Como papel velho já fosse)

Tudo a partir daí mudou
E o mundo virou de cabeça para baixo (ou para cima?)
Novas dimensões e possibilidades
Foram-lhe abertas, do nada
Por um mágico papel premiado
(Papel, sempre o papel...)

Era, sim, um predestinado!

Hoje, ele é muito mais feliz.
Como principal presente a si próprio
Comprou uma pequena papelaria

Lá, de portas fechadas ao público,
Em serena paz, espera o avançar do tempo
A fim de todo aquele papel fique amarelo...

(A sorte dera-lhe a oportunidade de fazer o que gosta
Sem ter que pedir nada a ninguém)



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