INCOERÊNCIAS SENTIDAS E CONSENTIDAS

Data 05/07/2011 17:38:06 | Tópico: Poemas


INCOERÊNCIAS SENTIDAS E CONSENTIDAS

Uma estiagem se fez pelas idas e vindas
Da vida

Um murmurinho de cidade brotou-lhe pedra
Somou-se ao sobrepeso das emoções
E do embrutecimento.

A inação paralisa sóis e correntezas...
Quando somem, despenca em mim essa ausência...
Ainda mais por dentro alguma parede despenha

Ora essa sensação de amordaçamento, de calabouço dos ares

Alertando-me

Ora esse deserto de luas abandonadas abastecendo
O negrume da minha noite

Depois a madrugada. Traz sonos elásticos
Que dilatam a mudez
Depauperam a luz vernal sobre os enfloreados
Arrancam-me da língua os últimos versos,
As rimas broncas.

Incoerências tão sentidas,
Pois consentidas

Ah, o vento gélido, comburente da geada
Onde meu corpo congela, empedra, mas ainda apascenta,
Escondida, a vida:

Em luz de dia há de voltar.




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