
Inocência
Data 04/10/2007 17:24:47 | Tópico: Poemas
| Vestes-te à pressa Como se a vergonha De repente te inundasse.
De onde vem ela Que nunca se viu No nascimento?
O meu corpo no teu, Apenas atrás de cortinados Mesmo estando destinados.
Oh! Raça; humana De onde vêm os teus princípios Rígidos na base em fraco equilíbrio.
Podes desnudar-te, confortável Numa falsa inocência Já irrecuperável.
No entanto, amo-a, a vergonha, Sem ela não veria a tua melhor expressão, Os teus olhos cuidadosos, meticulosos, Imersos num relampejo de pura inocência.
É ela que me atrai a ti, A tua ingenuidade transparente, Os teus olhos a pularem sempre contentes.
Mas o clímax dessa expressão Não se atinge quando nos amamos: O ápice atinge-lo quando te livras das roupas De uma cama cansada, amassada, Rapidamente perscrutas o espaço baralhado Em busca de uma peça que te cubra; Nesse instante és menina, criança; És como foste, luz radiante Que brota dos teus olhos inocentes Lacrimejantes de esperança. Um outro tu que não me pertence.
04/10/2007
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