UM POUCO DE MEU

Data 09/07/2011 14:46:05 | Tópico: Poemas -> Alegria



Meu ser desastroso e inofensivo,
vagueia por este meu quarto vazio,
sem um gesto rude ou ofensivo,
mesmo quando vem de lá o frio.

Severo narro-me, à beira mágoa,
o esquecimento é uma realidade,
tenho meus olhos rasos de água,
por, no mundo, ver tanta inverdade.

Inerme caminho, a par de minha poesia,
dão-me as flores, dos jardins cativos,
toda esta imensa e palpável alegria,
quando os momentos são mais precisos.

E vejo as crianças brincando no campo,
da minha janela, para o fora,
e deveras triste sinto-me, enquanto
elas se resolvem, e seu séquito, ir embora.

Sozinho, na mente me vem à lembrança,
quando da infância me parecia com elas,
e uma ligeira e prometedora esperança,
embala nos cortinados e nas bambinelas.

Humildemente assumo a emoção,
que esta vida me traz bem devagarinho,
e na alma, no pensamento e no coração,
porventura já não me sinto tão sozinho.

Por isso escrevo com toda a fidelidade,
a quem sou eu e ao que me é mostrado ver,
sou um todo de um pouco de ingenuidade,
que busca alegria das coisas belas, a acontecer.

Jorge Humberto
09/07/11





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