Data 09/07/2011 22:39:03 | Tópico: Poemas -> Saudade
*Por vezes…
Entre o meu insuportável silêncio lunar E os alucinantes sons do meu pensar… Julgo ouvir; Alguém muito longe… por mim a chamar! Julgo ouvir… passos acorrentados De uma prisioneira; Vítima de um prepotente destino O qual… sem pejo algum lhe sonegou A sua legítima… liberdade de amar! E que por essa… tão dolorosa razão Ela; Tarda tanto tempo… até mim chegar!
Julgo ouvir;
A voz… da sua amordaçada consciência Com vontade de o seu silêncio… quebrar Com vontade… de a sua pura inocência A si própria… com toda a determinação provar!
Julgo ouvir;
Através das invisíveis grades da sua prisão… Aquela sua… tão doce voz… repleta de emoção Apelando … Incessantemente a este meu saudoso coração Dizendo:
(Diz que me amas! Diz que me desejas! Pois eu preciso imenso isso… de ti escutar! E por favor… onde quer que tu estejas Não deixes este silêncio entre nós… continuar!) Apelos… que me levam à inevitável comoção
E aí;
Imediatamente do purpúreo céu do meu olhar Desprendem-se autênticas lágrimas de fogo; Como as da lava incandescente… de um vulcão Espalhando-se pela planície glacial do meu peito Transformando-o todo ele… Num escaldante mar de puro amor e louca paixão!
Por vezes… Entre o meu cego querer E o meu dúbio acreditar É-me tão difícil… uma fronteira delinear Pois desconheço completamente Quando será que finalmente… o tirano destino Desta minha… apaixonada “Musa” A irá incondicionalmente libertar! Para que eu… em júbilo lhe possa dizer:
(Amo-te tanto… oh minha louca perdição! Amo-te… como a lua… Ama as suas tão maravilhosas estrelas reluzentes Amo-te… como a natureza… Ama o sol… e os seus longos beijos tão ardentes. Prometo ser a terra fértil do jardim da tua beleza Prometo-te… Que a chave… deste meu tão apaixonado coração Será… eternamente tua!)
E aí;
Já em plena e merecida liberdade Ela… Descobrirá então… Que o meu amor por si… Não é apenas um belo e radiante sol de verão Mas também… e só para ela Será sempre uma inesgotável fonte… De puro amor e… louca paixão!
Por vezes…
O “silêncio dos inocentes” É-me tão difícil de compreender Como também o é… de aceitar. Mas mais difícil do que isso… é sem dúvida Eu… a ele (o silêncio) ter todavia que me render Sem uma palavra os meus lábios pronunciar Ou até mesmo… e bem pior do que isso; Sem um simples murmúrio de alguém “inocente” Eu acabar sempre… por nunca o conseguir escutar!
“Quem ingenuamente a força do destino desafiar... poderá a sua felicidade para sempre hipotecar. E consequentemente assim, deixar de a vida ou… alguém conseguir livremente amar.” Music by Alexandra Burke in - Silence