
Os campos de Auschwitz
Data 13/07/2011 15:18:15 | Tópico: Homenagens
| O cão espera o desfecho da manipulação Em conflito com o tambor, os ouvidos dormentes... Seria minha cama covas intermináveis Teria eu um milhão e meio de pesadelos; Descanso a minha mente na letra do Doors Porém os meus pés passeiam livremente pelos campos de Auschwitz Almas intelectuais e homossexuais Transpassaram os incontáveis tijolos e portões... Não tereis mais um domingo para descansar Não tereis mais o bloco 11 para um banho tomar... Doutor Mengele aplique uma dose de morfina no meu sangue! Todas as noites acordo com febre no meu quarto Preciso de uma dose letal de fenol ou dormir... Entrego minha carne ao desfecho de um bordel Sacio o meu ego com donzelas desnutridas Putas voluntárias entregues a própria sorte; Esta noite escapei de um suicídio Por sorte acordei com a alma eletrocutada Tenho dois beliches como crematórios E uma câmara de gás injetada em meus órgãos respiratórios Esta noite quero viajar de trem Quero percorrer os trilhos da imaginação Aos cuidados de Mengele quero trabalhar ou desaparecer... Coloco-me nu para um tratamento perpétuo Entrego meus pertences à pira que jamais se apagará Esta noite está muito frio, não é noite de São João No reflexo do meu subconsciente vejo minha alma queimar na fogueira; Eu era um menino descalço e cigano Feriram o meu calcanhar pelos campos; Esta noite eu dormi doente, o cão espera ansiosamente pelo desfecho Eu era apenas um menino descalço e cigano Hoje não quero mais acordar, não quero mais pesadelos.
Homenagem as mais de Um milhão e meio de vítimas do Holocausto de Auschwitz, entre eles Judeus, Polacos, soviéticos e Ciganos.
Pelo autor Marcelo Henrique Zacarelli Julho de 2011, no dia 13, Village (Itaquá).
Auschwitz-Birkenau
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