De tudo um pouco - Lizaldo Vieira

Data 17/07/2011 12:02:02 | Tópico: Poemas

De tudo um pouco – Lizaldo Vieira
Se for vero ser louco
Sou tudo um pouco
Homem e menino
cabeça oca
E pensante
De boa fé
Competente
E ze mané
Do oito de março
Consagrado a mulher
Trago a regua e compasso
La vou traçado meu mundo
Aos trancos e barrancos
Movido por vontade
Quantas vezes
Apronto
Canto
Choro
Corro
Tropeço
Levanto
Armo
E desfaço barracos
Sou língua solta
Ate poetizo
Mas também contemporizo
Lavro a terra cansada
Com enxada
Gosto sim
Dos frutos de uma malhada
Ando de jegue
E de avião
Olho pro tempo
Sou poeira do meu chão
Não sou palma do mundo
Apesar dos atritos
Gosto de solução pros conflitos
Não faço
Nem cultivo inimigo
Sou de paz
Pela preservação do planeta
Sadio
Colho torrão rachado
Mas não sou asas do machado
Até planto mudinhas na terra árida
Imagine
Eu sozinho
Querendo solução pro planeta
Devastado
Dou milho pras galinhas
Jogo peteca pro ar
Estendo trapos no varal
Ando nas pernas de pau
Vou ao boteco da esquina
Bicar pinga com casca de pau
Vejo jogo do meu mengo e do meu gipão
Ate sonho em ser campeão
Nunca no tapetão
Como se vê
Sonho e ilusões moram ao lado
E euzinho feito ostra
De cara com rochedo
Vivendo
Os últimos dias de Pompéia
Suando
E saudando nossa esfera



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