Deslumbro-me na visão nobre do Mondego em gestos ansiosos, semicerro as pálpebras sinto as ondas rebolam no meu corpo translúcido e os gemidos murmurantes da folhagem algures funde-se com o grasnar das gaivotas testemunhas de mim
Permaneço nessa êxtase estonteante ausento-me na lonjura dos corpos e na fundura da minha pele ouço-te gemer num acariciar fecundo de um sol apaixonante que me envolve num estado de emoção e os vagidos do meu corpo dançam no teu corpo em abraços longínquos que se perdem na minha louca agitação
O ciciar do vento beija em laivos de ternura os meus olhos encurralados no tempo e no alaranjado entardecer de mim sinto-te amor, nas minhas mãos paixão em caudais de doces canduras na foz do teu corpo vulcão