Preciso de um sorriso que o dia entenda Como seria se os pombos não me velassem A praça vazia de gente recorda-me o frio E se os pombos não me tapassem A falta constante em que a mente entra Sempre que a praça é despojada Se ao menos a sombra mostrasse As sombras tingidas pela resignação Se ao menos o caderno amarrotado Não me amarfanhasse o coração
Abasteço-me de vazios cinzentos Nas asas dos pombos que me aconchegam Repara os seus olhos são vidrados São vidros quebrados p`los fantasmas Que povoam a praça e sempre me amparam Na falta de um sorriso que uma mão estenda Demando esquecida nas asas dos pombos Sabes, tenho fome de sorrisos que não tragam contenda