VAI DANÇAR GAROTO, VAI.
(A um certo menino do interior de Pernambuco)
(É meu direito) Não acredito nesses modelos De civilização filosofados E pronto...
: Nem nos ardilosos delírios de igualdade da esquerda Com suas opressivas e podres Repúblicas Soviéticas e Cubas(-libres?)
: Nem nos paraísos globalizados da direita Com seus cinemas e shoppings decorados Com as dores dos excluídos da economia
Mas boto toda fé naquele menino dito maluco Nascido pobre no interior do sertão de Pernambuco...
Resolveu que iria ser bailarino clássico Mesmo com todos os cabras broncos A falarem à sua orelha Que balé é coisa de grandicíssimo viado
Vai dançar garoto, vai. O mundo precisa muito mais do sonho da arte, Muito menos da realidade da política E nada da antepaixão medíocre dos desesperançados...
Não se esqueça antes De mandar todos esses chucros A puta que pariu – por minha conta Por seu risco... Mas mande. Vale a pena
Que a vida - Por mais política que nela se discuta - É dança curta
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