Manoel de Barros

Data 05/10/2007 18:33:51 | Tópico: Homenagens

No livro das ignorãças
Poesia. Quase toda
De poemas rupestres

Escrevo um livro sobre nada
Um livro de pré-coisas
De impressões, poesias

Porém em matéria de poesia
Encontro-me com a face imóvel
Como o retrato do artista quando coisa

Assim, fiz uns poeminhas pescados numa fala de João
João! O fazedor de amanhecer
O guardador das águas

De poemas concebidos sem pecado
No exercício de ser criança
Simples ensaios fotográficos

De memórias inventadas na infância
Cantigas para um passarinho à toa
E arranjos para assobios

Um concerto a céu aberto para solo de aves
Um compêndio para uso dos pássaros
Nesta gramática expositiva do chão

Cenas poéticas

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