Na voz sombria de quatro paredes

Data 23/10/2006 09:50:40 | Tópico: Poemas

Na voz sombria de quatro paredes
pinceladas pela escuridão
o silêncio ouve-se
nas grimpas da saudade.
Um rosto reflectido
pela escassa luz de uma vela
deixa transparecer cansaço.

Olhos postos numa estrela.
Olhos famintos
de tranquilidade
de paz aspirada.

Fixa a desequilibrada chama
que parece uma lágrima de fel
Baloiça de um lado para o outro
um cheiro a amargura,
um vácuo no íntimo
e o porquê de tal antagonismo
não encontra.

É penoso
sentir-se como que despida,
querer atingir uma meta,
tentar descobrir uma solução
e não saber encontrá-la.

E não se consegue
encontrar signos
capazes de revelar
a nostalgia do momento
a agonia do silêncio.


Rosa Maria Anselmo


Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=1936