
Pobre Cinderela
Data 31/07/2011 21:54:47 | Tópico: Poemas
| Arde a tarde em rubras tristuras Algo faz ser róseo o horizonte Morre o deus-sol atrás do monte Uma mão faz ser a noite escura.
Acende as estrelas uma outra mão... Numa casa de fachadas fechadas Ouvem-se passos pelas escadas E o ranger das dobradiças do portão.
Num quarto repousa uma Cinderela Sonhando com o amor da sua vida. Ainda não sabemos quem é ela Nem qual sua canção preferida.
Estranho é que ela fica a espera Daquele que seria o príncipe encantado; Vive cheia de sonhos, fantasias, quimeras, Num mundo distante, fantástico e mágico.
Estranho são as tristes seqüelas Que aportam naquele lúgubre patrimônio Que bate num sofrimento medonho Em casa sem arcos, sem portas e janelas.
Espero que um dia acorde, Cinderela... Que saia desse quarto que lhe serve de jaula Que os ventos façam em ti temporadas calmas Que sua casa fique arejada com portas e janelas.
Espero que um dia seja a maior dos vagamundos... Aliás, espero que um dia seja a maior dos universos. Por isso hoje estou te decantando nestes versos Com lágrimas nos olhos e com suspiros profundos.
Voe andorinha que o céu te pertence E a ninguém mais! Vá veloz deslizando pela atmosfera Alimentando suas fugazes quimeras Com os seus olhos frios e sensuais!
Aporte em águas serenas e tranqüilas Esperando que o amor da sua vida Venha montando num níveo cavalo!...
Voe! Quem acredita sempre vence! Voe, andorinha, que o seu céu te pertence... A ninguém mais!
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