RETORNO MELANCÓLICO (Jairo Nunes Bezerra)
Com emoção regresso à Praia de Camboinha. Estamos em pleno Inverno!...As águas, antes azuis, hoje estão escuras e sem ondas. Aquela areia branca alvacenta, não é figurante... E nem são vislumbrados os pequenos crustáceos . A tristeza é a personificação do momento.
Cheguei a Camboinha às 8 da manhã. Ao sair do hotel, a direção tomada foi à praia. O apartamento em que repousava foi vendido. sinto falta dos terraços, em que embevecido fitava as estrelas. trêmulas no céu e o luar arredondado que iluminava com ofuscação azulada, todo o espaço. E as lágrimas, embora reduzidas, descem ao lembrar-me do último quarto, onde meditava e procurava passar para o papel as emoções vividas nesse paraíso, agora parcialmente transformado pela freqüentes chuvas. E o apartamento foi vendido com todos os pertences. E até os meus vinhos, os meus. benditos vinhos, foram arrolados na negociação.
E ainda alguém, docemente, pergunta se considero o amor uma coisa séria?... Respondo é a mais séria porque é a razão de nossa vida!...Sem a motivação do amor, não seria poeta. E em Comboinha, na solidão, minhas fantasias se evoluem. Crio até asas e vôo pelos espaços mais distantes. E tudo em função do amor!
Logo mais, no hotel, vou saborear um ótimo peixe, degustando alguns cálices do bellosguardo, tinto seco, da Cantine Bellosguardo. O convite está feito. Aceitam compartilhar esse momento?...
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