AREIA VERMELHA (Atração de Camboinha) (Jairo Nunes Bezerra)
Distante, bem distante, se aproximando do horizonte, se destaca uma pequena ilha, quase uma ilhota, apenas menor, denominada “Areia Vermelha”. De trinta em trinta minutos, pequenos barcos levam turistas para visitá-la. Fui convidado mais a vaidade fez-me recusar a oferta. Vaidade, porque queria exibir o meu lado atlético: Nadar esses dez quilômetros que distancia à praia da Areia Vermelha. Um bom percurso se levarmos em consideração as ondas. Mais uma cerveja bem gelada e estava pronto. Pulei nas águas frias e esverdeadas e comecei a nadar. Os primeiros trinta minutos foram uma maravilha apenas uma ligeira câimbra, que paralisou momentaneamente uma das pernas, devido à temperatura da água. Depois, por mais dez minutos, tudo transcorreu bem. Mais após, o atleta já começou a beber água. E a água era salgada e não mais azul. E pior, faltavam mais de dois terços da distância. O poeta atlético resolveu se concentrar na poesia e se esquecer de que estava em alto mar. Foram centenas de poesias gravadas mentalmente. E já à distância de dez metros da ilha, os seus olhos avermelhados vislumbrava um quilometro. Mas conseguiu. Mas também conseguiu regressar de barco. Praia do poço, tentação divina, não me incentive mais a nadar. Deixe-me sentado a uma mesa sorvendo a cervejinha gelada, apreciando a paisagem presente.
|