Definhando

Data 05/08/2011 15:25:05 | Tópico: Poemas

E pode haver, depois da porta aberta
somente um mar de lágrimas me esperando
e ainda assim estou sozinha
sem saber onde o pranto vai terminar,
por que eu nunca quis que tivesse começado
e agora que quero que as lágrimas cessem
elas nunca se secam
sempre estão ali me esperando
depois da porta do meu coração...
sempre sozinhas comigo.

E eu espero aqui, uma mão
que venha me afagar além da escuridão
que venha fechar este poço de solidão
secar as águas do vazio que me enchem...
Eu espero na eternidade de cada lágrima
o fim desta agonia dilacerante
que eu quero apagar com minha dor...
sozinha de mim.


E, enquanto, meu pranto ecoa
nesta mente adormecida
eu vou apodrecendo, mofando
definhando...
Acho que os últimos momentos
serão feitos de um nada, de um vazio
o silêncio me quebrando
e a solidão me abraçando.
E pelas lágrimas que me envenenam
simplesmente vou me despindo
desta angústia que me venera.
O sangue se esgota em um último suplício
se esvai junto com a última voz de choro.
E, enquanto, vou me tornando mais vazia...
Eu sei...
Meu corpo e minha alma se definham de solidão.



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