a(deuses)

Data 07/10/2007 00:02:27 | Tópico: Poemas

Não sei de que ano sou
nem quantas células me morreram

A vida parte na bagagem
o turista está de regresso
o psiquiatra falou-me de tudo
que o sol morre por instantes
que há cigarrros que se apagam no corpo

Falai-me de existencialismos
sem coroas de espinhos
façam-me reviver fantoches
que me adormeceram na infãncia

Do sonho à poesia
há um peixe a valsar,
há uma enxada que fura a terra,
e meu Todo se escapa
deixando de fora a cauda de um cometa

Não sei de que ano sou
talvez a Europa tenha deuses demasiados
que se esmorraçam
que se pontapeiam
por um pedaço de céu
que eu julgo não existir
enquanto atalho da Eternidade.



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