A GUERRA COMO OFENSA HUMANA
Data 07/08/2011 23:50:42 | Tópico: Poemas
| Em pássaros de fogo chega o pelotão da morte para impôr como jogo a lei do mais forte.
Da orla da mata parte fogo e metralha e o terror se espalha por cada cubata.
Morteiro a morteiro há corpos caídos em sangue esvaídos no pó do terreiro que serão consumidos no horror do braseiro.
O menino escuro indefeso chora pertende ir-se embora mas treme inseguro ainda o vejo agora... ...tem as tripas de fora!...
Ainda o vejo agora mas tento esquecê-lo ao menino que implora num eterno apêlo.
Era terno e puro, mas, morreu p'lo futuro já não pode tê-lo... é por isso que eu juro que tento esquecê-lo.
Eu tento esquecê-lo mas, a toda a hora continuo a vê-lo... tem as tripas de fora!
E, num pranto sem fim, é dentro de mim que o menino chora!.........
Matos Serra, in "POEMAS DO TEMPO DE GUERRA" http://liricablogonautica.blogspot.com
Este meu poema tem a ver com a crueldade de uma ação vivida durante a Guerra Colonial, propositadamente descrita com palavras que retratam a realidade experienciada. Mais cruel que todas as palavras duras aqui expressas foi a própria realidade vivida que jamais pode ser traduzida por palavras. Mas, na medida que ela, a realidade, pode ser expressa em palavras, então, que elas possam atingir o coração dos homens, como invectiva contra a guerra e pela fraternidade humana, em prol da paz.
Poema dedicado a "ADRIANA", uma mulher preocupada com os problemas do racismo e do desamor entre os Homens.
PÁSSAROS DE FOGO ou (HELIASSALTO)
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